Milhares na Vila de Prado para a centenária Feira dos Vinte

Um mar de gente rumou ao coração do Minho na passada sexta feira, 20 de janeiro, para cumprir uma tradição centenária. A Feira dos Vinte remonta ao tempo em que D. Dinis era o soberano da nação, em plena idade média. O certame da Vila de Prado resistiu ao passar dos séculos e ao desgaste do tempo, adaptando-se às mudanças nas dinâmicas sociais, económicas e culturais impostas pela modernidade sem descurar a importância do legado construído pelos antepassados.

A grande novidade da edição deste ano foi a Corrida a Cavalo, uma aposta do executivo da Junta de Freguesia da Vila de Prado, liderado por Paulo Gomes, que se revelou um sucesso estrondoso. Apesar de estarmos ainda na primeira edição, a prova trouxe ao coração da vila centenas de pessoas que não enjeitaram a oportunidade de vibrar com a emoção e adrenalina do desporto equestre. “A prova foi organizada com um duplo propósito. Implementar uma nova dinâmica da Feira, criar um novo motivo de interesse e atrair mais visitantes. Por outro lado, é também uma oportunidade para brindarmos a população pradense com um evento de entretenimento neste dia em que se celebra a nossa tradição”, afirmou Paulo Gomes.


Mais cabeças de gado que em 2016


Nota de destaque também para o aumento do número de cabeças de gado em comparação com o ano anterior, apesar da quebra significativa de produtores do setor, que se tem vindo a registar nos últimos anos de Norte a Sul de Portugal. A Feira dos Vinte também ficou conhecido como a Feira das Trocas, já que o ex-líbris do certame era o comércio e troca de gado, principalmente bovino e cavalar. A sua relevância histórica é por demais evidente, já que em ‘tempos idos’ era em Prado que estabelecia o preço do gado para o resto do ano. Hoje, a compra e venda de gado continua a ocupar um espaço considerável do evento, mas sem a preponderância avassaladora de outrora.


Inúmeros motivos de interesse

O comércio diversificado é outro dos grandes atrativos do evento. A doçaria e a gastronomia regional, o artesanato e os produtos locais, o têxtil e o calçado, os brinquedos e as diversões. Não faltam motivos de interesse para quem aproveitou o dia para visitar o coração da vila. A música popular também deu um ar da sua graça, com um grupo de tocadores de concertina e cantares à desgarrada que espalhou boa disposição e alegria pelo recinto. Após a relocalização temporária da edição de 2016, em virtude das obras de requalificação do centro urbano da vila, a Feira regressou ao Largo de S. Sebastião (vulgo Campo da Feira). Em pleno dia de S. Sebastião, centenas de devotos aproveitam para visitar a capela situada nas imediações do recinto e prestar a sua devoção ao Santo. A Junta de Freguesia da Vila de Prado deixa um agradecimento à Câmara Municipal de Vila Verde e à veterinária municipal, bem como às demais entidades que apoiaram o evento.


A festa começou de véspera


Tal como manda a boa tradição minhota, a festa começou de véspera com a Noite das Provas. A 19 de janeiro, a noite é para juntar amigos e família em torno de uma mesa farta, para provar o vinho novo e saborear umas deliciosas papas de sarrabulho com rojões num ambiente de confraternização e alegria. Nos últimos anos, a festa ganhou ainda mais brilho já que há grupos de tocadores de concertina a percorrer e animar os restaurantes e tasquinhas da freguesia.