Feira dos Vinte regressa ao Largo de S. Sebastião

A intervenção de requalificação do Largo de S. Sebastião (vulgo Campo da Feira), em pleno coração do centro urbano da vila, já entrou na reta final e em breve as feiras pradenses estarão de regresso ao seu local de origem. O pontapé de partida vai ser dado já no próximo dia 20 de janeiro, com a realização da centenária Feira dos Vinte, que remonta ao início do século XIV, em pleno reinado de D. Dinis. A feira tem na venda e troca de gado (principalmente bovino e cavalar) o seu ex-líbris, apesar de manter a presença de comerciantes dos mais variados produtos. A área coberta para quiosque e abrigo dos passageiros dos transportes públicos, sob alçada da Junta de Freguesia da Vila de Prado, também já está concluída.

Os responsáveis pela realização e implementação do projeto negligenciaram a necessidade de uma solução para que os feirantes pudessem fixar as tendas. A Junta de Freguesia da Vila de Prado não baixou os braços perante a adversidade e vai suportar um esforço considerável de tesouraria dada a relevância económica e social dos certames. No total, serão investidos cinco mil euros dos cofres da autarquia pradense. “Após um estudo que fizemos, em que auscultamos também a opinião do arquiteto responsável pelo projeto, concluiu-se que o sistema de argolas seria a melhor opção. Escolhemos uma solução funcional que causa mínimo impacto estético e não danifica o piso, que consiste em substituir alguns dos cubos do pavimento por uma peça metálica da mesma dimensão com duas argolas embutidas, que depois será fixado ao chão com cimento”, avançou o presidente da Junta, Paulo Gomes.

O autarca aproveitou ainda para solicitar a colaboração de todos os comerciantes na conservação do piso. “No caso de feirantes com tendas que não sejam adaptáveis a este sistema de argolas, deverá ser encontrada uma solução alternativa, que não pode passar pela realização de furos no chão e colocação de estacas”, referiu, acrescentando que já todos os feirantes foram devidamente informados das alterações decorrentes da requalificação do espaço, que foram comunicadas através de uma carta entregue a cada um. “A premissa central foi encontrar uma solução para que ninguém ficasse de fora. Para que todos possam continuar a trabalhar e a exercer a sua atividade. Naturalmente, gostaríamos de ter mais espaço e profundidade, mas para isso acontecer tínhamos que mandar feirantes embora e não é esse o nosso objetivo”, afirmou Paulo Gomes, acrescentando que “vai ser preciso alguma adaptação, não podemos querer sol na eira e chuva no nabal, não se pode espetar estacas no chão senão começamos outra vez a deteriorar o piso”.

Neste momento, estão a ser ultimados os detalhes e o passo seguinte é a atribuição de lugares. Em alguns casos, nas áreas de atividade com menor número de feirantes, os lugares serão atribuídos por alocação direta. Será também feita alocação direta a produtos com demasiada procura (fruta, por exemplo) por forma a criar canais de circulação entre os produtos que vendem menos e os que vendem mais, numa lógica comercial de potenciar as vendas. Não serão criados blocos isolados da mesma área, com o intuito de fazer as pessoas circularem pelo recinto, que será composto por três blocos centrais, espaçados por ruas de 4 metros.